Notas
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Faz parte de um conjunto de 39 mapas e 10 diagramas.
Sobre o suporte:
Mapa impresso em papel, conta com um grande vinco próximo a seu centro, mas um pouco deslocado à esquerda, o que claramente indica que este mapa já foi dobrado (os demais mapas desta série da Sociedade Nacional de Agricultura contam com este mesmo vinco, nesta mesma posição, provavelmente porque pertenciam ao Atlas). Nota-se alguns pequenos amassos na parte inferior central do mapa, justamente na região do vinco.
Sobre os elementos sustentados neste suporte (o prórpio mapa, suas legendas, seu título etc.):
O mapa encontra-se todo enquadrado dentro de uma delimitação quadrada, como uma espécie de moldura ao mapa delineada por linhas em tinta preta. Na parte interna desta moldura, há ainda mais linhas que a acompanham, mas diferentemente das linhas que compõem a borda da moldura, esta linha interna não é contínua, mas é desprovida de tinta em intervalos regulares, criando assim, ao olhar para o todo da moldura, um quadriculado. O mapa não possui linhas longitudinais nem latitudinais, portanto são essas linhas internas da moldura que, com seus intervalos regulares de alternância de uso e não uso da tinta preta, criam esta grade, esta grelha, este quadriculado no mapa, funcionando como uma régua, embora sem medida.
Na parte interna desta moldura, há um grande mapa central do Estado do Paraná, e no canto inferior direito e nos cantos superior e inferior esquerdos há outros três mapas menores, também do Paraná. No alto, acima de todos os mapas mas ainda dentro da moldura, há o título do mapa, centralizado. Cada linha do título está grafada com o uso de uma fonte tipográfica distinta, assim como seus tamanhos são diversos. A fonte tipográfica mais elaborada, maior e mais ao alto do mapa é aquela dos dizeres “Sociedade Nacional de Agricultura”, isto é, o nome da coleção destes mapas. A outra fonte tipográfica que ganha mais destaque dentre essas do título é a que diz “Estado do Paraná”, pois é a segunda maior fonte e a única que está em uma cor diferente (todas as fontes tipográficas do título estão grafadas em preto, ao passo que esta está grafada em verde). Uma das linhas do título está também versada em francês, entre parênteses e logo abaixo de sua correspondente em português. A ortografia da escrita é diferente da atual estabelecida pelo Novo Acordo Ortográfico de 2006, sendo portanto uma ortografia própria da época, com exemplos como “secção”, “geographia”, “mappa” ou a ausência de certos acentos que hoje aplicaríamos. Logo abaixo de todas as linhas de título, há a informação da área da superfície do Estado do Paraná e a escala do mapa. Todas as fontes tipográficas usadas no mapa são da cor preta, com exceção da referida verde do título e das azuis que são utilizadas para nomear o “Oceano Atlantico” e os rios do estado.
Todos os mapas são coloridos e possuem mais de uma cor em sua composição. O mapa maior e central se trata de um mapa agrícola, como indicado no título acima dele, e tem como cor principal uma cor entre um tom de beje, e tons e variações mais escuras desta mesma cor indicam o relevo do estado. Os rios, o mar, os lagos e corpos d'água possuem a cor azul. À esquerda deste mapa central está sua legenda, escrita em português e, logo abaixo de cada palavra, entre parênteses, em francês. Triângulos de diferentes cores indicam o que é cultivado em cada região, então o triângulo preto indica que ali existe a cultura de arroz, e todas as regiões do estado que possuem este tipo de cultura contarão com triângulos pretos; o triângulo verde indica a cultura da cana, e, também, toda região que possui esta cultura contará com triângulos verdes desenhados; e assim por diante ao longo de todo o mapa e legenda (triângulo azul claro indica cultura de milho e feijão; roxo - que se vê claramente que usaram um triângulo vermelho sobreposto a um azul claro para criar esta cor - indica cultura de fumo; vermelho indica cultura de café; o triângulo invertido amarelo de bordas azuis escuras indicam a cultura da batata; o triângulo marrom, da mandioca; o azul mais escuro, do algodão; o vermelho de bordas azuis, de uvas; o triângulo matade marrom, metade verde indica a cultura de centeio e aveia; o metade marrom, metade vermelho indica a cultura de cevada; o metade azul mais escuro, metade vermelho indica a cultura de trigo; e o amarelo indica “criação”. Por fim, as bolinhas azuis indicam pomicultura.
Abaixo dos triângulos na legenda, há a área de “Industria Extrativa”. Nela, as bolinhas vermelhas indicam “pinheiraes”, ao passo que os três triângulos unidos, como se fossem uma montanha, de cor verde clara nas pontas e verde escuro nas bases indicam “matte”.
Por fim, abaixo disso, na última seção da legenda do mapa principal, há a capital, indicada por um ícone vermelho contornado em preto, as cidades e vilas, indicadas por bolinhas pretas, maiores para as cidades e menores para as vilas. Mais abaixo, por último, estão linhas que indicam as estradas. As linhas contínuas de cor marrom indicam as estradas de rodagem; já as linhas contínuas de cor vermelha indicam as estradas de ferro em tráfego e as linhas tracejadas de cor vermelha indicam as estradas de ferro em projeto. Como dito, todas as inscrições presentes nestas seções da legenda do mapa central contam com a tradução em francês abaixo, em fonte menor e entre parênteses. Finalmente, ainda no mapa principal, além de todos esses ícones descritos na legenda, há ainda nomes de serras escritos em fonte preta, e os nomes dos rios, escritos em fonte azul. Nos entornos do estado do Pará, estão escritos os nomes dos estados limítrofes, em fonte grande e preta. Há também, no Leste, na costa, na Baía de Paranaguá, duas flechas coloridas. Uma delas tem a cor vermelha e está apontando do mar para o Estado, e acima dela se lê também em vermelho “farinha de trigo” Provavelmente esta flecha indica a importação deste item ao estado. Já a outra flecha tem a cor verde e está saindo do Estado em direção ao mar, fazendo, então, o caminho oposto ao da flecha vermelha, e nela se lê, também em verde, na parte de cima “milho, feijão, batatas, arroz, fumo, gado, café” e na parte de baixo “toucinho, assucar, centeio, seda, matte, vinho, fructas, pinho, xarque, couros, manteiga, farinha”. Esta flecha verde, portanto, provavelmente indica os produtos que são exportados pelo estado.
O mapa do canto inferior esquerdo trata do “Ensaio do Mappa Agrologico” e representa o estado do Paraná em 6 cores: verde hachurado em linhas mais próximas (dando a impressão de ser mais escuro), verde hachurado em linhas mais afastadas (dando a impressão de ser mais claro), vermelho hachurado em linhas mais próximas (dando a impressão de ser mais escuro), vermelho hachurado em linhas mais afastadas (dando a impressão de ser mais claro), vermelho hachurado com fundo amarelo e roxo (novamente parece se tratar da sobreposição das cores vermelho e azul). Há, contudo, as cores azul, para os rios e para o mar, e preta, para a delimitação das divisas terrestres do Paraná com os outros estados limítrofes. À esquerda do mapa, há a “Legenda do Mappa Agrologico”, onde as cores estão discriminadas. As cores roxo e verde hachurado de linhas mais afastadas designam o período arqueano, cujas rochas são “gneiss e micaschisto” e “diorito e diabase” (representadas pela cor verde hachurado de linhas mais afastadas) e os solos são “silico-argilosos, terras ligeiras” (designados pela cor verde hachurada de linhas mais afastadas com bolinhas azuis sobrepostas) e “silico-argilo-ferruginoso, terra roxa” (designados pela cor roxa). Já as cores vermelha hachurada com as linhas mais próximas e vermelha hachurada com o fundo amarelo representam o período primário. Desse período, as rochas do período devoniano “schistos e grés” são representadas pela cor vermelha hachurada com linhas mais próximas, ao passo que as rochas do período carbonífero “schistos e grés” são representas pela cor vermelha hachurada de fundo amarelo. Os solos do período devoniano “terras argilosas fortes” são representados pela cor vermelha hachurada com bolinhas azuis, os solos de “terras silico-argilosas” desse mesmo período são representados pela cor vermelha hachurada de linhas mais próximas com bolinhas verdes. Já as rochas do período primário carbonífero “schistos” e “grés” são representadas pela cor vermelha hachurada de fundo amarelo. Os solos desse período primário carbonífero são representados pela cor vermelha hachurada com fundo amarelo sobreposta por bolinhas azuis (para indicar “terras argilosas fortes”) e pela cor vermelho hachurada de fundo amarelo sopreposta por bolinhas verdes (para indicar “terras silico-argilosas”). O período “mezozoico” triássico é representado pela cor vermelha hachurada de linhas mais afastadas. Suas rochas representadas por esta mesmo cor são “grés vermelho”, “calcareo alternado com diabase” e “marnas”. Já seu solo é representado pela cor vermelha hachurada sobreposta com bolinhas de cores diferentes, indicando solos diferentes: as bolinhas sobrepostas azuis indicam “terras silicosas e saibrosas”; as de bolinhas verdes indicam “terras formadas por associação dos typos precedentes”; e as de bolinhas vermelhas indicam “terras saibrosas”. Por fim, o período terciário é indicado pela cor verde hachurada com linhas mais próximas. Em suas rochas há “areias”, “grés”, “argilas e alluviões” e “calcareos”. Já em seu solo, a cor está também sobreposta por bolinhas distintas, indicando solos diferentes: a cor verde hachurada de linhas mais próximas sobreposta por linhas azuis horizontais indica “terras silico-argilosas”; a mesma cor, mas sobreposta por bolinhas azuis indica “terras argilo-silicosas”; a sobreposta por bolinhas vermelhas, “terras humosas”; e a sobreposta por bolinhas verdes, “terras argilo-silico-humosas”.
Já o mapa do canto superior direito trata do “Esboço do mappa geologico”. Nele, há um mapa do Estado do Paraná idêntico ao do mapa anterior, mas este dividido em 5 cores, as quais estão discriminadas na legenda. A cor beje designa a área de geologia correspondente ao período Arqueano. As outras cores estão englobadas no período Primário ou Paleozóico. A cor roxo-claro desígna o Devoniano; o roxo-escuro, o Carbonífero; o vermelho claro ou rosa, o período Triássico; e a cor verde designa o Terciário. Além dessas cores, há o azul, que demarca os rios e o mar, e o preto, que demarca o trecho da divisa terrestre entre Paraná e Santa Catarina.
O último mapa menor, do canto inferior direito, se trata do “Esboço do Mappa Physico”. Este mapa é idêntico aos outros dois menores, mas possui, além das cores azul dos rios e do mar e preta da divisa terrestre, apenas as cores amarelo, beje e vermelho. A cor amarela indica as áreas de elevação entre 0 e 300 m; a beje, aquelas entre 300 m e 1000 m; e a vermelha, as áreas de mais de 1000 m.
Estes três mapas menores e relegados aos cantos são mais simples que o mapa central e maior, uma vez que não contam com cidades ou nomes dos rios, apesar de estes estarem indicados nos mapas por linhas azuis (as únicas exceções de nomes são o Rio Paraná, que delimita a divisa do Paraná com, à época, Mato Grosso, e o Oceano Atlântico). Não há também os diferentes tons de cor que indicam os relevos, o que acontece no mapa principal. Por isso, talvez, sejam chamados todos de “esboço”.
Abaixo do mapa principal e maior, do lado direito, há a palavra (em tipografia) "Visto" e, logo abaixo, a assinatura à mão de “M. Paulino Cavalcanti”. Abaixo disso, há os dizeres "Organisado por" em tipografia e, também logo abaixo, novamente assinado à mão, "M. Paulino Cavalcanti".
Por fim, abaixo do quadrado que emoldura todos os mapas, há os dizeres “Secção Cartographica do Estabelecimento Graphico-WEISZFLOG IRMÃOS-S.Paulo.”